Somos mais de 40.000 trabalhadores prestando serviços no Comércio Varejista, Atacadista, Farmácias, Cooperativas, Concessionárias de Veículos, Material Ótico, Assessoramento, Perícias, Pesquisas e em Contabilidades, abrangendo os municípios de Ascurra, Apiúna, Benedito Novo, Blumenau, Doutor Pedrinho, Gaspar, Indaial, Pomerode, Rio dos Cedros, Rodeio e Timbó.
O conjunto destes trabalhadores forma nossa Categoria, que por sua vez, constitui nosso SINDICATO.

Entenda como os juros altos afetam a classe trabalhadora

O Banco Central foi criado em 1694 com funções de emitir a moeda nacional, administrar operações de crédito ao Tesouro Nacional, controlar e executar as operações de câmbio, dentre outras atividades. Até fevereiro de 2021 o banco Central era vinculado ao Ministério da Economia, mas nunca houve subordinação ao Ministério.

Porém, desde 25 de fevereiro de 2021, quando foi sancionada a Lei Complementar 179, foi estabelecida a “Autonomia do Banco Central”.  Com isso, apesar da indicação dos nomes dos diretores indicados ao BC, sua atuação se dá em momento diverso do mandato do Presidente da República. Na prática, esse formato pode fazer com que um presidente da República tenha que conviver com dirigentes indicados por governo anterior e sua diretoria poderá seguir sem interferência e pressões políticas do Chefe do Poder Executivo, isto é, do Presidente da República eleito.

Porém, essa tal “autonomia” se refere tão somente ao Poder Executivo, na verdade o que se tem visto é a ampliação e confirmação da aquisição da política monetária do país pelo setor financeiro privado, deixando em risco a soberania financeira e monetária do país, com sérios danos às finanças públicas, à economia e a toda a sociedade.

Esse fato tem sido comprovado com a manutenção da taxa de juros SELIC no nível mais elevado do mundo! Fato quer tem trazido como consequência a diminuição e até travamento do crescimento econômico, aumento do desemprego e da fome, com vantagens apenas aos rentistas dessas taxas. A pergunta que fica é: o Banco Central é mesmo autônomo? Qual é a sua autonomia junto ao mercado financeiro?

Para o atual Presidente do Brasil, “É uma vergonha esse aumento de juros e a explicação que eles deram para a sociedade brasileira”, o Presidente ainda afirmou não ser possível o crescimento do país com essa taxa de 13,75%: “Nós não temos inflação de demanda. É só isso. É isso que eu acho que esse cidadão [Campos Neto], indicado pelo Senado, tenha possibilidade de maturar, de pensar e de saber como vai cuidar deste país. Ele tem muita responsabilidade”.

As críticas à taxa de juros não se restringe ao atual governo, a Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP) na figura de seu presidente classificou como “pornográficas” as taxas de juros no Brasil. Ele ainda frisou que, sem redução da Selic, “não adianta fazer política industrial”.

Muitos querem associá-la a um problema fiscal. A tese é que há um abismo fiscal. Abismo fiscal num país que tem 73% do PIB de dívida bruta. Tirando as reservas cambiais, são mais ou menos 54% de dívida. Tirando o caixa do Tesouro, Nacional, são menos de 45% do PIB de dívida líquida, num país com a riqueza do Brasil.

Até mesmo um evento realizado pelo grupo Lide – do ex-governador de São Paulo João Doria, que reuniu empresários do varejo, foi palco de clamores contra os juros altos no Brasil. As críticas mais contundentes partiram da presidenta do conselho de administração do Magazine Luiza, Luiza Trajano.

“Podemos deixar o juro do jeito que está? Está tendo consumo? Não. Nós temos que nos unir para baixar o juro”, disse ela. “Um país como o nosso só tem duas coisas a fazer: dar renda e crédito. Agora, com um juro que não baixou, não vai ter crédito para ninguém”, alertou

Assim como a Magazine Luiza, outras grandes do varejo – Via Varejo, Riachuelo, Lojas Renner, Marisa, entre outras – registraram perdas entre 5% e 15% na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), em função da crise de crédito. O jornal Valor Econômico chegou a falar em “devastação”, diante da queda das ações das principais empresas do setor.

Para o economista-chefe da Genial Investimentos – José Márcio Camargo, a taxa elevada de juros “Diminui a atividade produtiva, aumenta o custo do crédito, fica mais caro solicitar dinheiro para compra de bens e serviços. Consequentemente diminui a produção, a demanda e desacelera a economia”.

PIOR PARA O TRABALHADOR

Além dos impactos sobre a macroeconomia e as políticas governamentais, os juros altos também prejudicam a população, sobretudo aquela que precisa recorrer mais vezes a empréstimos e cartão de crédito. Eduardo Moreira, escritor e engenheiro, membro do Instituto Conhecimento Liberta, falou, em programa do ICL, sobre o impacto que a taxa de juros alta tem sobre o cidadão comum e criticou a forma como a grande mídia tem tratado a questão.

A taxa alta de juros, disse, “nos prejudica no nosso dia a dia, porque o crédito que a gente toma é mais caro, o cartão de crédito é mais caro e o crédito direto ao consumidor também é mais caro. a economia anda mais devagar e as pessoas têm menos emprego”.

Já o economista e professor da PUC/SP, Ladislaw Dowbor afirma que “a taxa Selic ficar neste patamar só interessa a um por cento da elite econômica do país que compra títulos do governo para investimentos (a arrecadação dos governos depende de impostos recolhidos e parte de títulos vendidos no mercado), e a cerca de 10% da classe média que têm aplicações financeiras, pois com a alta dos juros vale mais a pena deixar o dinheiro aplicado em algum título do governo do que abrir uma empresa e gerar empregos. São os chamados rentistas que vivem dos juros de suas aplicações.”

O Blog Ecoa do site UOL trouxe um estudo interessante sobre como os juros afetam a classe trabalhadora de onde tiramos duas questões para auxiliar no entendimento da Taxa Selic:

O que é a taxa Selic e como ela pode afetar a sua vida?

A Selic é a taxa básica de juros da economia. Ela pode te afetar de várias formas como, por exemplo, no valor de financiamento de um carro ou uma casa.

Qual a relação entre taxa de juros e desemprego?

Quando uma pessoa deixa de comprar uma casa ou um carro pelo alto valor das parcelas de um financiamento, isso afeta todo o mercado de trabalho dessas duas áreas: no exemplo da casa, a construção civil. Já no exemplo do carro, a indústria de bens duráveis. Na última semana, diversas montadoras do país paralisaram produção de veículos e deram férias coletivas aos funcionários, um dos motivos foi a baixa procura por carros, um resultado da alta da taxa de juros.

Então, para pensarmos em como a taxa de juros afeta o desemprego, devemos pensar nas decisões de consumo e investimento das pessoas. Assim, o aumento da Selic afeta mais setores, como indústria, comércio e construção civil, e afeta menos setores como educação e saúde.

E você? Deixou de pedir financiamento ou empréstimo por conta dos juros altos do banco? Compartilhe! Deixe seu comentário, inclusive com dúvidas ou sugestões para os próximos assuntos. Sua participação é muito importante. Juntos somos mais fortes!

 

Fonte Blog Ecoa, Agência Senado, CNN Brasil, Instituto conhecimento Liberta (ICL), Jornal Extra Classe

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