DIA DO TRABALHADOR – POUCO A COMEMORAR
O primeiro de maio possui uma enorme carga simbólica, porque rememora os avanços conquistados às duras penas por condições dignas de trabalho. Infelizmente, um momento que poderia ser de celebração permanece como um momento de luta a todos os trabalhadores.
O desemprego no Brasil cresceu no trimestre entre dezembro de 2022 a fevereiro de 2023, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com aproximadamente 9,2 milhões de pessoas.
Mas não é só isso, em pleno século 21 temos visto com frequência reportagens de resgate de escravizados. Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, apenas no primeiro trimestre deste ano foram 918 resgatados! Recorde para o trimestre nos últimos 15 anos.
A importância do TRABALHADOR na economia
Quando se pensa em economia de um país, logo se pensa em “mercado”, bolsa de valores, etc… Porém se esquece do fator humano nessa conta.
Para que haja movimentação de capital e a economia possa fluir de maneira positiva, um dos agentes importantes e que auxiliam de forma imprescindível no crescimento de um país é o trabalho. A lógica é a seguinte: quanto maior o número de pessoas trabalhando e recebendo remuneração, maior a quantidade de itens a serem consumidos nas mais diversas áreas: comércio, vestuário e alimentação, por exemplo. Com isso, os índices de inadimplência também passam a ser menores e o ciclo é produtivo, estimulando o crescimento da economia.
Quanto mais serviços prestados e remunerados, ou seja, quanto melhor remunerado o empregado, mais alto é o PIB, o que representa mais renda, mais consumo e também geração de novos empregos. Trata-se de um círculo virtuoso!
Infelizmente não é o que tem ocorrido atualmente. O que se vê é cada vez mais trabalhadores precarizados, em plataformas de serviços que não dispõem do mínimo para segurança e saúde dos seus “colaboradores”. Pessoas sendo humilhadas pelos “clientes” dessa plataforma são noticiados dia a dia. Sem contar as perdas salariais dos últimos anos, onde mais da metade das categorias sequer conseguem firmar reajustes com reposição da inflação.
Conforme vimos acima, este momento não deve ser tratado com felicitações, a hora é de refletir e, mais que tudo, não esquecer dos ideais de um Brasil com desenvolvimento econômico sustentável, emprego e renda para todos e, acima de tudo, com justiça social. Só com muita luta poderemos reverter todo o retrocesso vivido nos últimos anos para podermos enfim, comemorar.